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TODA HISTÓRIA TEM UMA VERDADE

Entenda como o mercado cosplay tem crescido no Brasil nos últimos anos

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O QUE É COSPLAY?

Você pode não conhecer o termo correto, mas provavelmente já viu algum cosplay na televisão, na internet ou em grandes e pequenos eventos. O significado da palavra representa a união entre costume (fantasia) e play (interpretar), o cosplay é a prática de dar vida às histórias mais amadas pelo mundo como as que vemos em filmes, séries, quadrinhos ou mangás. 

E quem gosta muito do assunto acaba entrando a fundo no tema, trazendo para a sociedade uma nova forma de interpretação e comunicação, assim como diz Marco Antonio Bin, integrante do Grupo de Pesquisa MNEMON - Memória, Comunicação e Consumo, da PPGCOM-ESPM, Brasil. "Primeiro que o trabalho envolve todo universo jovem e segundo que é uma maneira de lidar com o universo de uma forma muito espontânea. Então, por trás das fantasias descobrimos uma série de elementos não só da comunicação, mas como no meu caso, da sociologia", afirma. 

Em primeiro momento você pode achar que se trata de uma comunidade rasa e de crianças, mas quando passa a conhecer entende que não tem nada disso e que em que alguns casos o hobby acaba se tornando o trabalho de muitos profissionais. 

Antes de tudo, começando pelo começo mesmo (rs), acompanhe o fio da meada e de onde surgiu o cosplay ⬇

Ah! Para te ajudar a compreender esse mundo, criamos um compilado das principais palavras e termos utilizados e seu significados.

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DO HOBBY AO GANHO SOCIAL

Conheça por dentro da pesquisa comunicacional e social em torno do cosplay atualmente

Quando a diversão se mistura com a arte, ela ultrapassa grandes obstáculos e chega a lugares incríveis. Isso é o que se pode observar pelos resultados do Grupo de Pesquisa MNEMON - Memória, Comunicação e Consumo, da PPGCOM-ESPM, Brasil.

De acordo com alguns registros, os cosplays surgiram em 1939 e, desde então, vem ganhando o coração das pessoas nos eventos de cultura pop/geek. O cosplay está em diversos momentos de nossas vidas seja em um grande evento, em um jogo de futebol, no carnaval ou em uma festa infantil. E nenhuma das alternativas acima torna irrelevante quem o faz por hobby ou leva como profissão. 

Marco Antonio Bin, mestre em comunicação e semiótica, doutor em sociologia e integrante do Grupo de Pesquisa MNEMON sobre os temas "da cena cosplay a outras teatralidades juvenis (2014)"  e "Teatralidade steampunk e processos explosivos: produção de memórias, consumos e textos culturais midiáticos (2017)", acredita que o cosplay ficou mais natural para quem o admira e coloca em prática e de certa forma para aqueles que não entendem completamente. 


“Você vai em uma festa de carnaval, o sujeito está fantasiado e muitas vezes de um cosplay; você vai em um campo de futebol, o sujeito está com uma fantasia que pode remeter ao cosplay como o homem aranha. Então, isso ficou menos chocante, talvez o que possa não ter mudado é o ponto de vista", relata Bin. 

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O que o pesquisador se refere ao ponto de vista pode ser compreendido como o famoso "tachar de doido ou problemático aquilo que é diferente", pois ao contrário do que a maioria pensa, não existem problemas com esses jovens e, claro, eles NÃO sofrem problemas de personalidade.

O problema está de fato em quem não conhece o assunto e traz uma definição completamente contrário à temática. Marco conta que das entrevistas realizadas com os jovens cosplayers, nenhum transtorno foi detectado, “pelo contrário, as entrevistas que fizemos mostravam como esses jovens colocam o herói intermediando a vida pessoal deles com aquela vida midiática. Todos muito conscientes e com uma clareza de posição muito firme", acentua. 

Para quem não conhece o tema e deseja entender, a única conclusão que tirará será a surpresa de um universo gigantesco de descobertas, assim como foi para o doutor em sociologia. "Depois que descobri percebi que não tem nada de supérfluo, de bobagem, são coisas sérias, são desejos de criar um convívio, um entretenimento, de estar com outras pessoas e de compartilhar os ídolos cosplays", afirma Bin. 

Outro fator relevante é o lado midiático do cosplay, existe um trajeto em volta da comunicação incrível. Bin conta que dentro deste mundo há de tudo, desde a linguagem cinematográfica, fotográfica, comunicacional até a sociologia.

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"Fui descobrindo grupos na periferia, em outros lugares, não só no centro das cidades, você encontra pessoas negras, brancas, pobres, ricas, pessoas que acreditam que por meio do cosplay conseguiriam educar os filhos, então são pais que se fantasiam para educar o filho e por aí vai", conta o pesquisador.

Marco Antonio Bin

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Cada um leva seu próprio propósito seja pelo hobby ou pelo seu nicho social. A sociedade tem muitos ganhos com esse público, para Marco, a pessoa que leva a sério a fantasia no carnaval, não sofre tanto preconceito quanto o sujeito que se veste de homem aranha. “Lembro que entrevistamos em Minas Gerais um homem que criou um herói do sertão, ele era o típico brasileiro. Ele fez isso depois de ser um cosplayer de personagens estrangeiros até chegar no personagem do seu país", compartilha o pesquisador.

Além disso, existem os grupos sociais que apoiam causas e até criam suas causas. São cosplayers que vão nos hospitais, que interagem com as crianças em eventos. Marco Antonio relata que entrevistou um grupo com esse papel social que vai para além da simples fantasia.


"Conheci um grupo da periferia que uniu um grande número de jovens que tinham um papel a cumprir: seguir uma vida saudável. Incorporavam uma série de campanhas, exemplo não às drogas. É possível constituir uma ideia e montar grupos que se fantasiam e têm uma função social, ai tem a criatividade que é uma coisa inata ao cosplay. Como fazer, o que fazer, por que fazer, onde ir", conclui. 

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A pesquisa MNEMON reuniu um grande grupo que era coordenado pela Mônica R. F. Nunes, doutora e mestre em comunicação e semiótica e uma grande pesquisadora do tema cosplay. E que resultou na publicação de dois livros: 

  • Cena Cosplay: comunicação, consumo, memória nas culturas juvenis. Porto Alegre: Sulina, 2015.

  • Cosplay, Steampunk e Medievalismo: memória e consumo nas teatralidades juvenis. Porto Alegre: Sulina, 2017. Cada membro do grupo desenvolveu um dos capítulos da publicação.

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MAS É POSSÍVEL TRABALHAR COM O COSPLAY?

Além da função social e do hobby, muitas pessoas encontraram no cosplay uma forma de ajudar nas contas de casa e, eventualmente, de se sustentar. Hoje, você vai conhecer algumas delas e, quem sabe, se inspirar a entrar nesse mundo.

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EVENTOS COSPLAY

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O cosplay pode estar em diversas situações como uma pessoa caracterizada por um personagem em um grande evento como a Comic Con Experience (CCXP) ou em uma festa infantil, nada descaracteriza o profissional ou o jovem seguindo seu hobby.

Em outros aspectos, é um mercado que pode seguir diversos caminhos e um deles é o de eventos, seja como hobby ou profissão. Essa é a história do Bruno Leão, o novato dos grandes palcos, que iniciou seu cosplay com o personagem Miguel, do filme Viva – A Vida É uma Festa, para um evento de halloween que acontece no Rio de Janeiro. "Eu não sabia muito bem o que fazer, então, ensaiei uma música do filme e  apresentei”, relembra o cosplayer sobre sua primeira vitória em um concurso.

Leão já exercitava sua atuação trabalhando em peças, festas e eventos. Contudo, a vontade de competir fez com que ele se arriscasse no mundo cosplay. “Eu queria muito participar das competições, então, eu já comecei com esse foco. Por isso, com meu primeiro cosplay, decidi entrar em um concurso”, conta o cosplayer.

Com a vitória no evento de halloween, Bruno Leão ganhou ingressos para a CCXP 2019, até hoje considerado o maior evento desse nicho, considerando o público. Ali, ele teve uma nova oportunidade de mostrar seu talento no palco dando vida ao personagem Shang, da animação Mulan.  “No início, o cosplay do Shang era composto só por uma calça por causa do baixo orçamento. Eu só fiz a roupa completa quando eu fui aprovado na lista dos 12 finalistas da CCXP”, relata Leão.

Com essa nova experiência, foi necessário que Bruno desenvolvesse uma atenção maior, principalmente, aos detalhes da roupa. Afinal, concursos cosplays são compostos por duas etapas: o desfile e a interpretação.

A primeira era motivo de preocupação para Bruno, porque havia “dificuldade para encontrar uma forma de fazer com que o figurino se destacasse”. Sabendo disso, em sua estreia na CCXP, ele optou por apostar em uma performance marcante com o uso de uma barra de pole dance.

“No treino, enquanto eu fazia os movimentos, a barra ficava saindo do chão. Eu poderia pedir pro meu staff segurá-la, mas eu não queria poluir a apresentação. Então, resolvi arriscar”, relata Leão. Dessa forma, seu staff atuou apenas na segunda parte da apresentação: a troca de figurino.  Treinamos a troca de figurino apenas na noite anterior ao evento. Então, esse foi o momento mais tenso da apresentação”, confessou o ator.


Apesar dessa ter sido sua primeira participação em um evento de grande porte, a apresentação de Bruno lhe rendeu o prêmio de “Melhor Performance” no concurso. Bruno já tem planos para quando as convenções voltarem, contudo, 2021 ainda reserva a CCXP no formato virtual, voltando ao presencial apenas em 2022, no São Paulo Expo. Isso visto que, a trajetória da vacinação, queda de infecções e mortes pela Covid-19 continuam lentas no Brasil. 

Mas sobre os planejamentos e estratégias de participar de concursos, Leão diz que já fez cosplay de Link, personagem do jogo The Legend of Zelda, e tem muita vontade de voltar com ele para fazer outros figurinos do personagem. Esperamos os novos eventos presenciais e o reencontro do Bruno com os palcos. Dá uma conferida na sua apresentação de Shang abaixo 😍. 

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ENTRETENIMENTO EM CRISE

Uma das empresas afetadas pela pandemia do coronavírus foi a Cosplay Art, empreendimento de Marcelo “Vingaard” Fernandes, que era responsável pela coordenação de cosplayers em grandes eventos, como a Brasil Game Show (BGS) e a CCXP.

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Segundo Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), mais de 350 mil eventos deixaram de ser realizados em 2020. Dessa forma o setor deixou de faturar, no mínimo, R$ 90 bilhões.

Uma das empresas afetadas foi a Cosplay Art, empreendimento de Marcelo “Vingaard” Fernandes, que era responsável pela coordenação de cosplayers em grandes eventos, como a Brasil Game Show (BGS) e a CCXP. Com a flexibilização das restrições ao longo do ano passado, surgiram oportunidades para que a Cosplay Art pudesse atuar. No entanto, Vingaard preferiu recusar os convites.

“Eu e a minha sócia, Thaís “Yuki” Jussim, não aceitamos porque não queremos colocar ninguém em risco. É o nosso trabalho? Sim, mas acreditamos que não é o momento”, opina o empreendedor.

Pensando nos fãs, os grandes eventos encontraram na versão digital uma forma de tentar minimizar os impactos da pandemia. Por isso, foi necessário criar uma forma de trazer os cosplays para essa experiência.

“Na BGS, queríamos criar uma ativação para que os cosplayers pudessem desfilar virtualmente através de gravações. No caso da CCXP, eles quiseram trazer as atrações para o palco, sem o público, e fazer algo ao vivo”, explica Vingaard.

Nessa segunda modalidade de interação com os cosplayers, foram necessários cuidados redobrados para que não houvesse risco de contaminação. Apesar da situação atual que o setor de eventos enfrenta, Vingaard vê o crescimento do mercado cosplay nos últimos anos com otimismo e deixa um recado para quem enxerga essa expressão artística de forma esteriotipada.

“O ecossistema em torno do cosplay está crescendo porque existe trabalho o ano todo, não apenas na época dos eventos. Então, tenham certeza que existem muitas pessoas que trabalham e que ganham a vida com cosplays. Eu sou uma delas”, conclui Vingaard.

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COSMAKERS

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Para que os cosplayers possam dar vida aos personagens uma coisa é essencial: o figurino. Alguns produzem a própria fantasia, mas, se você não tem habilidades manuais, é possível recorrer aos cosmakers, profissionais produzem roupas e acessórios de personagens.​

Nosso primeiro personagem é Leon Martins, um dos principais nomes na cena cosmake do Brasil. O cosmaker, que trabalha ao lado de grandes marcas (como Riot Games e Ubisoft), também atua como professor no curso de cosplayer e cosmaker do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em parceria com a Live Arena.


Nascido em Araguari, Minas Gerais, ele teve seu primeiro contato com o mundo geek através de jogos virtuais, como Ragnarök Online, de revistas sobre cultura japonesa, como a Neo Tokyo. Então, aos 14 anos, decidiu se aventurar com uma caravana e partir para São Paulo para conhecer a feira Anime Friends, o que era algo muito distante de sua realidade. “Minha mãe não queria, mas assinou o termo de autorização para eu ir com a caravana porque não dei paz para ela. No entanto, minha mãe sempre me apoiou”, conta Martins.

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Apesar do receio e de receber apenas um salário-mínimo para sustentar a casa, sua mãe investia tudo o que podia nas matérias primas dos cosplays, ainda que não trouxessem nenhum retorno financeiro. “Se eu estou aqui hoje, foi porque ela acreditou em mim”, compartilha o cosmaker.

Quando começou a competir em concursos cosplays, Leon tinha certo pânico do palco, então, sabia que deveria chamar a atenção dos jurados com a confecção das peças. Para isso, utilizou os conhecimentos adquiridos na faculdade de moda.

“Querendo ou não, ninguém vai conseguir replicar uma roupa exatamente como ela é, porque alguns personagens são associados à desenhos e, no papel, tudo é válido. Então, quanto mais as pessoas usarem a imaginação para realizarem coisas que parecem impossíveis, mais os cosplays se destacarão”, explica o artista.

Ao perceber que trabalhar na confecção de roupas era algo que lhe fazia feliz, o mineiro se mudou para São Paulo e começou a trabalhar com vestidos de noivas, o que era insuficiente para suas ambições. “Eu pensava ‘será que o garoto de 2004 ficaria feliz ao me ver trabalhando em algo que ele poderia fazer na cidade natal dele?’, indagou Martins.

Esse foi o start necessário para que o cosmaker apostasse em algo que parecia incerto. Já conhecido por seu trabalho pela comunidade cosplayer, Leon abriu dez vagas para encomendas em seu perfil no Instagram, mas sem expectativas. Em 40 minutos, todas as vagas foram preenchidas e ele percebeu que tinha algo valioso e que valeria a pena investir.

Atualmente, o profissional trabalha com cerca de cinco projetos grandes por mês apenas. A intenção é equilibrar a quantidade com a qualidade. “Esse é o número máximo de projetos que posso fazer considerando a demanda e todos os detalhes que eu quero apresentar. Um número maior oferece o risco de perder a personalidade do trabalho que eu desenvolvi até aqui”, declara Leon.

Uma das empresas com que trabalhou é a Riot Games, desenvolvedora de League of Legends (LoL) e mais jogos eletrônicos.  A primeira vez foi em 2016, quando Leon decidiu fazer o cosplay de Draven e chamou a atenção da empresa. Isso lhe rendeu uma participação na final do campeonato de LoL daquele ano, no vídeo “Draven INVADE a Riot Games” e na campanha em parceria com a Mastercard “Priceless Masks” (você pode conferir os dois vídeos logo abaixo 😉).

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Em 2020, a Riot Games lançou cinco novas skins para o grupo K/DA e decidiu criar um material promocional no Brasil. Para isso, Leon foi contatado para produzir cada um dos cosplays.

“Tive acesso aos materiais antes deles serem divulgados no mercado, então, era uma responsabilidade muito grande. Todos os arquivos enviados da China tinham marca d’água com meu nome. Então, se houvesse um vazamento, a minha cabeça iria para a guilhotina”, ironiza Martins.

Além disso, ele teve um prazo de apenas 30 dias para confeccionar cinco cosplays sem moldes. Assim, suas roupas se tornaram referência para que outros cosmakers pudessem produzi-las.

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Hoje, Martins continua desenvolvendo sua marca como cosmaker e como produtor de conteúdo em diferentes redes sociais (Facebook, Instagram e Twitch). Quando questionamos o que ele diria para o jovem Leon, houve um momento de total sinceridade e emoção.

“Você alegrará muitas pessoas e realizará muitos sonhos. Ainda que algumas questões, como seu biotipo e sua sexualidade pareçam um problema, continue com esse sonho. Se não fosse ele, eu poderia ser uma pessoa bem frustrada hoje em dia”, finaliza Leon Martins.

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UM NOVO COMEÇO

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De acordo com estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 9 em cada 10 empreendedores transformaram seu negócio na pandemia e 45% dos entrevistados procuraram um novo negócio para o momento em que estamos vivendo. Uma dessas pessoas foi o nosso segundo personagem: Marcelo Kayser.

Kayser entrou no mundo cosplay em 2012, aos 19 anos, com os amigos em um evento de anime. Já em seu primeiro personagem, ele produziu roupas e peças. O hobby continuou ao longo dos anos e, durante a graduação de engenharia química, quase fez Marcelo abandonar seu curso para apostar na carreira de cosmaker, profissional responsável pela confecção de peças e cosplays. Apesar de isso não ter acontecido naquela época, com a pandemia vieram novos questionamentos sobre o futuro que fizeram Kayser tomar uma decisão drástica.

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“Quando a pandemia começou, eu trabalhava na área de segurança do trabalho, cuidando da saúde e do meio ambiente. Isso me fez ficar estressado e meu trabalho não estava de acordo com o que eu gostava. Por isso, em novembro de 2020, após nove anos na empresa, decidi pedir o desligamento”, explicou Kayser.

A partir daí, ele criou sua marca Kayser Cosplay e começou a direcionar seus esforços para a carreira de cosmaker. “Chutei o balde. Eu já tinha uma reserva de dinheiro, e mesmo se tivesse dado tudo errado, teria um tempo para me manter sem passar perrengue”, conta o cosmaker.


Apesar de ter decidido por essa porta inicialmente, Kayser tem o objetivo a longo prazo de criar conteúdos digitais para ajudar quem quer entrar no mundo cosplay. Para isso, ele já começou seus investimentos em cursos sobre marketing digital para diferentes plataformas.

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Em relação aos riscos de uma nova carreira, Kayser está ciente dos desafios, mas não mostra arrependimento por apostar em um negócio próprio. “Estamos acostumados a trabalhar e dar lucro para os outros realizarem seus sonhos, mas esses sonhos não são nossos”, encerra o cosmaker.

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MARKETING DE INFLUÊNCIA

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De acordo com dados divulgados pela plataforma de influenciadores digitais Influency.me em 2020, 71,3% dos profissionais trabalham ou já trabalharam com Marketing de Influência para promover uma marca, produto ou serviço. Afinal, quem melhor para promover seu produto do que um usuário que já desenvolveu uma relação de comunidade com seu público-alvo? 

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COMO O MARKETING DE INFLUÊNCIA É VISTO?

Pesquisa realizada pela plataforma Influency.me em 2020

98,6%

dos respondentes pretendem investir em Marketing de Influência pelos próximos dois anos.

97,2%

dos profissionais acreditam que o Marketing de Influência é uma forma eficaz de marketing.

28%

dos respondentes investem em plataformas de Marketing de Influência para otimização dos processos de busca, gestão e monitoramento de influenciadores.

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Uma das marcas que faz isso é a Tekbond, empresa especializada na produção e na importação de diversos produtos que são utilizados na confecção dos cosplays, como os adesivos instantâneos.


A empresa, que já desenvolvia um trabalho de incentivo com os artesãos, começou com ações pontuais com alguns cosplayers e decidiu expandir o projeto quando percebeu como seus produtos eram essenciais para o meio.

"Identificamos que vários cosplayers consideram essencial ter os nossos produtos sempre à mão, seja para iniciar um projeto ou para consertos emergenciais. Os cosplayers brincam que o kit de sobrevivência deles é ter sempre à mão EVA e os produtos da Tekbond", explica Eduardo Mano, diretor de Marketing da Tekbond Saint-Gobain.

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Porém, para quem acha que a vida de influenciador digital é apenas mimos e glamour, temos uma notícia: tem muito trabalho e estudo envolvido!

“Eu costumava usar o computador para procurar coisas sobre Naruto quando vi pessoas fantasiadas pela primeira vez. Não entendi o que era, mas achei legal”, compartilha a cosplayer e influencer digital, Jaqueline “Magic Phyra”.

Com cerca de 91 mil seguidores no Instagram, 1 milhão no Tik Tok e 17 mil inscritos no Youtube, a cosplayer paraibana é embaixadora de marcas importantes como a Cup Noodles Brasil. Isso está atrelado não só ao esforço de Magic Phyra, mas também ao crescimento do marketing de influência.

“A primeira vez que eu viralizei foi fazendo vozes famosas de anime. Algumas pessoas disseram que fiz isso para chamar a atenção de homens e para alimentar um fetiche”, relembra Jaqueline. Depois desse episódio, Magic Phyra entendeu que eram necessários alguns conhecimentos para que seu trabalho atingisse um grupo específico de pessoas.

“Comecei a encarar o que eu queria com o cosplay: crescer ou ser a pessoa que apenas quer se divertir. Depois de estudar bastante, eu decidi que conseguiria fazer acontecer”, conta a cosplayer.


A partir daí, ela estabeleceu que seu público-alvo seriam meninas que desejam fazer cosplay e que precisam de uma plataforma de apoio, principalmente em casos de machismo. Tomar esse posicionamento foi decisivo para o seu crescimento, principalmente, no Instagram e resultou em parcerias com lojas que desejam atingir o público que faz cosplay.

Isso porque, em conjunto com o crescimento deste nicho de marketing de influência, também está o aumento das empresas de entender e valorizar uma comunicação mais objetiva com seu público.


Segundo Mano, este além de ser um grupo que cresce a cada ano, consome marcas alinhadas a seus propósitos e suas ideias. "Conversar diretamente com eles e ter embaixadores para levar a marca, mostra que queremos caminhar junto no objetivo de impulsionar os projetos dos cosplayers para dar mais visibilidade a eles. É uma parceria relevante e de trocas reais para os dois lados", acentua o diretor de marketing. 

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"Recebi uma proposta de parceria anual com uma loja que exporta cosplays e, pra mim, isso é muito absurdo. Antes, eu tinha que esperar o carnaval para comprar uma peruca e, agora, posso escolher a dedo qual eu quero. É muito absurdo”, diz Phyra emocionada.

Para quem deseja apostar no cosplay dentro do meio digital, Phyra recomenda muita organização, estudos sobre marketing digital e design. “Marketing digital é uma mão na roda para qualquer coisa que você deseja fazer. Então, entenda aonde você quer chegar e com quem você quer conversar", finaliza Magic Phyra.

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COSPLAY E DIREITOS AUTORAIS

De acordo com uma notícia divulgada pelo jornal The Nikkan Sports, o governo japonês anunciou que planeja revisar as leis de direitos autorais ainda em 2021.


Essa questão foi levantada, pois o número de cosplayers cresce exponencialmente no país e muitos deles são pagos para participarem em eventos. Dessa forma, eles infringem a lei de direito autoral lucrando com a criação de outra pessoa/empresa. 

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COMO ISSO FUNCIONA NO BRASIL?

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Quando essa notícia foi divulgada, os cosplayers brasileiros ficaram muito preocupados com o que isso poderia significar para a prática no país. NO ENTANTO, para a surpresa de muitos, a nossa lei de direitos autorais já pode ser aplicada à monetização do cosplay!

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Victor Matos, bacharel em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e especializando em Direito da Propriedade Intelectual pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Direito Processual pela Puc-Minas e associado do Instituto de Direito, Economia e Artes - IDEA, explica que essa lei  já é o bastante para garantir que os criadores recebam os créditos e a remuneração que lhes competem.


"A necessidade que o Japão tem é diferente da que temos. Apesar de termos uma adesão grande aqui, ela é restrita a determinados pontos: os grandes centros urbanos.

No caso do Japão, é indissociável da imagem que temos do país e é um elemento de atração turística", argumenta Matos.

Então, na verdade, qualquer pessoa que ganha dinheiro através de produções que envolvem personagens criados por terceiros está sujeito a receber um processo pela Lei de Direitos Autorais. Por isso, se você deseja transformar o cosplay em renda, recorra a um especialista.

"É necessário adequar a sua atividade à legislação para evitar surpresas e uma ação judicial. Além disso, é até um critério de justiça, porquê você está auferindo renda em cima de um trabalho que você não creditou", recomenda o bacharel em direito.

A Lei de Direitos Autorais foi criada em 1998, mas grande parte da população ainda possui dúvidas como ela se aplica. Inclusive, isso explica porque tantas pessoas começam empreendimentos sem se preocupar com essa questão e ficam à mercê de um processo.

"Pode existir uma artesã de biscuit que faz personagens como Homem Aranha e Mulher Maravilha. A atividade está sujeita ao pagamento de licença, por mais que pareça trivial.

Contudo, dentro do próprio Direito é muito difícil achar literatura sobre esse assunto. É tudo muito escasso e caro, o que dificulta o acesso para os profissionais. Imagine para a população em geral", levanta o questionamento.

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OUTRO LADO DA MOEDA

Sim, é verdade que os cosplayers que ganham renda diretamente com essa prática estão sujeitos a serem processados de acordo com a Lei de Direitos Autorais. No entanto, não são eles uma fonte de publicidade para as marcas?

Anteriormente, já citamos como alguns cosplayers já atuam no mercado de marketing de influência através das redes sociais. O mesmo acontece nos eventos que, deixaram de contratar modelos e alugar fantasias para contratar cosplayers que conhecem, sabem interpretar e amam os personagens.

Talvez, daqui a algum tempo, com o crescimento do mercado cosplay, as profissões terão que ser regularizadas, mas não será nada fácil, principalmente com o advento da internet. E, conhecendo um pouco mais sobre esse cenário e a realidade da arte no Brasil, como fazer isso?

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E ENTÃO, COMO SERIA NO BRASIL?

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TERMOS E EXPRESSÕES

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COSPLAYER

Pessoas que fazem cosplay, ou seja, se caracterizam com fantasias de personagens de filmes, séries, jogos, mangás ou animes.

COSMAKER

Profissional responsável ela confeccção de peças e cosplays.

OTAKU

Pessoas que são consideradas fãs extremistas de mangás e animes.

COMIC CON EXPERIENCE (CCXP)

Evento brasileiro da cultura pop que aborda as principais novidades de vídeo-games, histórias em quadrinhos, filmes e séries.

BRASIL GAME SHOW (BGS)

É a maior feira anual de videogames da América Latina.

GEEK

É o nerd que tem vida social, amigos, festas e busca sempre por se atualizar no mundo do entretenimento em geral ou tecnologia.

ANIME OU ANIMÊ

Originado do Japão, são séries de TV ou filmes cinematográficos com forte contraste, cores brilhantes e elementos temáticos da ficção científica e fantasia.

MANGÁ

História em quadrinhos japonesa, caracterizada por expressões faciais exageradas, contrastes e cores fortes. Além disso, a leitura dos mangás são feitas ao contrário, da esquerda para a direita.

FANDOM

É uma comunidade de fãs que tem em comum determino interesse, como o exemplo, o cosplay. Mas no caso do fandom, atuam pela internet.

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